INTRODUÇÃO
O que
nos identifica não é só o cartão de cidadão, carta de condução ou o NIF. Cada
um de nós é feito dos lugares onde permaneceu, dos edifícios onde viveu e por
vezes estamos tão familiarizados com esses espaços que não lhe atribuímos o
valor real.
Conhecemos
bem as histórias que vivemos nesses lugares, mas pouco sabemos dos mesmos,
testemunhos silenciosos das nossas vivências e das vivências dos outros. Não
prestamos atenção a pormenores, esquecemos as datas visíveis e, a erosão dos
agentes atmosféricos, remetem-nos para espaços obscuros da nossa consciência.
A
comunidade de Justes tem como referência comum a capela de Santa Maria
Madalena. Cada um viveu as suas histórias ligadas a esse lugar de culto, muitos
foram aí baptizados, outros casaram, alguns sentiram ali a tristeza da
despedida dos seus familiares, mas o que sabemos sobre essa capela?
Não
sendo uma especialista em património arquitectónico, assumi como desafio,
estudar um pouco sobre o edifício classificado como património municipal e
atrevi-me a partilhar esse conhecimento numa apresentação no interior da mesma,
no dia 4 de Agosto de 2018, a gentes das terras de Maria Boa na expectativa de
aprender mais do que ensinar.
Como
faço parte dessa comunidade, sinto-me entre iguais, possuindo também memórias e
afectos em relação a essa capela. Iniciei ali os rituais católicos orientados
pelos meus pais e vivi momentos felizes à volta desse lugar, formando um
robusto complemento à minha identidade multifacetada.
Quando
se estuda um edifício, normalmente somos surpreendidos por mistérios,
simplificamos aquilo que é complexo e complicamos aquilo que é simples e este
não foge a essa regra. Aqueles que olham a capela diariamente aprenderam a
vê-la melhor e mais bela, aqueles que estão longe, acordaram memórias, e todos
iremos valorizá-la atribuindo-lhe mais significado.
A
capela faz parte da nossa vida e poderá ser o caminho de fuga do nosso
imaginário em direção ao passado e em direcção ao futuro. Alguns ajudaram a
desvendar alguns mistérios e eu dei o meu melhor, homenageando todos os que
passaram por lá.
Informação: A apresentação de 4 de Agosto de 2018 e a publicação em livro tem como autora e responsável Anabela Quelhas, tendo esta oferecido este projecto pessoal à comunidade de Justes e à sua Associação, não tendo cobrado honorários. A ADJustes assumiu todos os encargos de publicação e respectiva venda.
Francisco Coutinho (presidente da junta de freguesia, Mafalda Vaz de Carvalho (vereadora), Anabela Quelhas (autora do livro), Bernardino Lopes (presidente ADJustes)
1 comentário:
Terminaste o ano em grande. Ninguém te pára! Beijinhos
Conceição.
Enviar um comentário