Foto obtida talvez em 1947 na inauguração da escola de Justes (????)
Da esquerda para a direita:
Celina Silva, Cecília Silva Vieira, Angelina Vieira, Adelaide Silva, Emília Correia (?), Otília Silva, Marcília Vieira, AlcinaVieira
No 2º plano - Orlanda Fontes (entre Otília e Marcília)
JUSTES A nossa herança cultural também é formada por malhas de afectos que nos ligam aos sítios e às pessoas, definindo e justificando cada vez melhor as viagens que oscilam entre passado e futuro. Referências, laços, percursos e registos que só são valorizados pelos que partilham essa herança.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
domingo, 7 de dezembro de 2014
Eras tu, sem seres
Fotografia: Manuel Cosentino.
Eras tu, sem seres, parada e demente na linha do tempo. Sem orientação, sem rumo, parada sem bagagem no apeadeiro da vida, dando-nos a grande lição da vida, a aguardar pacientemente a morte anunciada.
Fomos-te perdendo, anos antes, em cada olhar que se despedia de nós, como uma paisagem que se some no horizonte. Fingíamos não perceber e fazíamos contigo, planos para o futuro, sabendo que o futuro já tinha ficada para trás há muito. Não tínhamos l...ágrimas, apenas surpresa e ansiedade por aquilo que ainda te estaria reservado, apelando todos os dias para a nossa força interior, que muitas vezes claudicava vertiginosamente. O desespero de não se perceber a demência. O desespero de não termos armas para lutar por ti. O desespero de em cada noite te tornares ainda mais distante e desconhecida de nós.
O entusiasmo, a lucidez, a autonomia e a perseverança que te caracterizavam, abandonaram-te tão cedo, que as manhãs poderiam ser tardes, e as tardes, as noites, como se a linha do tempo se tivesse subitamente tornado quebrada, por determinação de ninguém.
Eras tu, sem seres, apaticamente estacionada no tempo, e nós, plateia forçada dessa despedida dolorosamente injusta.
Bj mãe
Eras tu, sem seres, parada e demente na linha do tempo. Sem orientação, sem rumo, parada sem bagagem no apeadeiro da vida, dando-nos a grande lição da vida, a aguardar pacientemente a morte anunciada.
Fomos-te perdendo, anos antes, em cada olhar que se despedia de nós, como uma paisagem que se some no horizonte. Fingíamos não perceber e fazíamos contigo, planos para o futuro, sabendo que o futuro já tinha ficada para trás há muito. Não tínhamos l...ágrimas, apenas surpresa e ansiedade por aquilo que ainda te estaria reservado, apelando todos os dias para a nossa força interior, que muitas vezes claudicava vertiginosamente. O desespero de não se perceber a demência. O desespero de não termos armas para lutar por ti. O desespero de em cada noite te tornares ainda mais distante e desconhecida de nós.
O entusiasmo, a lucidez, a autonomia e a perseverança que te caracterizavam, abandonaram-te tão cedo, que as manhãs poderiam ser tardes, e as tardes, as noites, como se a linha do tempo se tivesse subitamente tornado quebrada, por determinação de ninguém.
Eras tu, sem seres, apaticamente estacionada no tempo, e nós, plateia forçada dessa despedida dolorosamente injusta.
Bj mãe
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