Recolhi agora mesmo no facebook da Sandy Conde.
Recuei muitos anos atrás e resolvi escrever.
Estava aqui exactamente na festa de Justes de 1974.
Uma aldeia que dava os primeiros passos nos conceitos da liberdade. Todos dávamos os primeiros passos nos caminhos da liberdade. Os cravos ainda estavam frescos.
Justes fazia a sua festa anual, com programa como todas as outras - procissão das velas, feira franca, variedades, teatro...
Ficou-me um sabor amargo desta festa, apesar do altifalante escancarar as vozes da música da gaivota que voava voava e outras nascidas pós abril. Não passava Zeca Afonso, mas passava o popularucho da revolução, o que é compreensível.
Nesta festa já se misturava a comemoração com a atrapalhação dos primeiros retornados e refugiados que chegavam das ex-colónias. A mistura de duas realidades que se iriam transformar num drama logo no ano seguinte.
Hoje passados 40 anos temos outros refugiados, vitimas de outras politicas que vigoram por outros dinheiros e por outros interesses, mas que o mundo parece não ter capacidade para resolver o problema. Porque o problema é uma gigantesco problema de choque cultural, de invasão, de direitos, de fugas, de petróleo, de armas, etc etc Nós fingimos que não é nada connosco.
Não sei dar opinião. Qualquer justificação e postura é má.