sábado, 22 de novembro de 2008

No tempo do volfrâmio parte I


Tempo da Segunda Grande Guerra!
Pobreza extrema, miséria! Salazar joga com os dois blocos em confronto ( Alemanha e Inglaterra) de modo a não intervirmos directamente na guerra mas, fornecendo aos dois lados aquilo que na altura eram elementos imprescindíveis para sobrevivência humana e militar.

As conservas e o volfrâmio!

As conservas para alimentação das frentes de combate, e o próprio nome, conservas explica tudo, quer no tempo de consumo ou condições climatéricas, enquanto o volfrâmio tinha aplicações bélicas (essencial nos processos de reforço do aço, nomeadamente, nas blindagens, componentes de tanques, aviões, motores, etc)
O Litoral e em particular o Algarve, forneciam as conservas.
Trás-os-Montes e as Beiras, foram o principal fornecedor de volfrâmio para a I e II Grandes Guerras e posteriormente para a Guerra da Coreia ( década de 50)
Nestas duas zonas se estabeleceram Ingleses e Alemães, na exploração do volfrâmio.

Convém esclarecer um pouco de história, embora curta do que é o Volfrâmio.
Minério de Tungsténio ( do sueco Tung Sten, que quer dizer “ pedra pesada”) descoberto por Peter Wolf, daí chamada Wolframite. Mais tarde Peter Scheele descobre um outro tipo de Tungsténio: a Scheelite. A diferença entre os dois é que a Wolframite é um tungsténio de ferro e manganês enquanto a Scheelite é um tungsténio de cálcio.
Na gíria, ao tempo eram conhecidos por Volfrâmio Preto e Volfrâmio Branco, esta última. Contudo, ambos extremamente impostantes para a altura bélica, e caríssimos na época.
Vejamos.
O volfrâmio em 1942 estava oficialmente cotado ao preço de 150 escudos o quilo; no entanto no mercado livre vendia-se a 500 escudos chegando no pico do conflito mundial a transaccionar-se a 1000 escudos. Nessa altura um mineiro ganhava 18 a 20 escudos por dia e um trabalhador rural 7 a 8 escudos, importâncias que permitem relativizar o valor do metal na altura.
Imagine-se o que significava “arranjar” uma pedrinha com Volfrâmio!

Quanto representava para a família, 100 gramitas!
E se encontrasse uma mina?
E, se em vez de andar lá nas galerias, se roubassem os transportadores, que iam entregar o produto, no fim do dia ou da semana!
Fizeram-se fortunas num dia, ou num momento!
Desfizeram-se sonhos num instante.



(cont.)


Texto retirado do blogue Serrano

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