De referir que o Santo Moleiro, é
conhecido fora de Sanfins aquele e, para as gentes locais é Servo
Sebastião Maria, ou Servinho, a designação carinhosa do homem que, tendo
nascido a 17 de Janeiro de 1833, na aldeia da Chã, viveu em Justes,
Carvalho, Sanfins do Douro e Braga. Viria a falecer exactamente na
cidade dos arcebispos, no Hospital de S. Marcos, no dia 3 de Abril de
1879. Foi moleiro de profissão nos anos que viveu em Sanfins, daí o
facto de ser conhecido por Santo moleiro.
EM ESTUDO. *1 -
Maria Alves de Carvalho, natural da povoação de Carvalho, mãe solteira,
tencionava, no momento de dar a luz, ir até à casa dos Alves e atirar o
bebé para dentro do poço que ali exista. Porém, ao primeiro choro do
bebé, aproximou-se o criado da casa, Álvaro de Sousa, que chamou por sua
ama, Joaquina Ana, a qual impediu a concretização dos intentos de Maria
Alves. Chamado em seguida Francisco Januário, operário da casa,
entregou-se-lhe a criança que o levou para Vilarinho de São Romão e a
deixou à porta de Águeda Correia, pelas 9H30 / 10H00 da noite. No dia
18, o bebé foi levado à roda de Vila Real e no dia 20 foi baptizado, na
Igreja de São Pedro daquela cidade, com o nome de Sebastião, sendo sido
seus padrinhos José Manuel de Azevedo, viúvo, e Marcelina Rosa, casada.
Em 1833, a 23 de Janeiro, Maria de Figueiredo, mulher de José Correia
Madalena levou Sebastião Maria para a sua casa de Justes, onde o criou
até aos 7 anos. Por volta dos 7 anos, o menino teve uma visão da Virgem
que lhe incutiu a necessidade de fazer penitência. Aos 15 anos, seu tio
António Vitorino Alves, levou-o para Carvalho, pois Joaquina Alves de
Magalhães irmã do pai incógnito de Sebastião Maria, sua protectora,
assim como também Francisco Januário, tinham falecido. Foi para a casa
de Manuel Campos, onde esteve até aos 17 anos, como pastor. A essa
idade, o tio levou-o para a casa da outra sua irmã, Maria Alves de
Magalhães e, ocultando-o ser o seu filho, disse para o receber e tratar
como filho. Segundo consta, Sebastião Maria, "respirava santidade" nas
vestes, andar e rezas; fazia rigorosas penitências e jejuava. Depois,
querendo viver uma vida dedicada ao amor de Jesus e à Virgem, retirou-se
para um lugar isolado, na margem direita da ribeira afluente do Pinhão.
Paralelamente à vida de meditação dedicava-se ao cultivo da terra e
moagem de farinha. Em 1876 e 1877 apareceu-lhe a Virgem, a primeira vez
dando-lhe um sinal para identificar a sua mãe. Logo após 2 dias da sua
morte, em 1879, começou a haver notícia de curas milagrosas. *2 - Ao
longo dos anos fizeram-se várias modificações na romaria: passagem do
arraial de sábado para domingo, a realização de apenas duas procissões
no dia principal dos festejos (antigamente, a Senhora da Piedade, logo
no final da procissão de gala era transportada para a ermida), a
abolição do teatro nos dias de festa, etc. * 3 - A Casa dos Milagres
destina-se a receber informações de "milagres" ou graças recebidas por
intercessão do "servinho" e existe uma sala repleta de ex-votos.
http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=119883 VIDEOS PARA VER
https://www.youtube.com/watch?v=hA3wwr6rcuM
https://www.youtube.com/watch?v=TlXR4O5W-oU
https://www.youtube.com/watch?v=i0P9fyacmSI
1 comentário:
Olá!
Sou um descendente do casal Maria de Figueiredo e José Correia Madalena. Sempre ouvia histórias da minha avó sobre o santinho moleiro, mas nunca tive muita informação a respeito (cresci no Rio de Janeiro - minha avó saiu de Justes ainda miúda).
Preço humildemente por qualquer indicação de informação extra que, por ventura, exista sobre os mesmos. Estou no processo construção de minha árvore genealógica e tenho apenas informações sobre os pais do casal.
Me confesso um tanto inexperiente sobre tal busca de informações, mas já me foi dito que poderia solicitar os registos de nascimento em qualquer loja de cidadão (até mesmo de onde moro, em Sintra). Obviamente, me interesso também por mais do que simplesmente factos frios como datas, locais e nomes.
Grato desde já!
Daniel Monteiro
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