Avelino de Sousa Campos Nasceu no lugar do Prado (Borbela), em 10 de Novembro de 1905, e foi baptizado, em 19 de Fevereiro de 1906, na igreja de Borbela. No assento de baptismo vem referido (transcrito sob o n.º 129, do livro 11, de 1924), que foi emancipado por sua mãe, em 27 de Outubro de 1924 (ADVR/Registo de baptismo n.º 11 de 1906 – Borbela). Casou com D. Maria Jenny Fernandes e Silva de Sousa Campos que foi professora da Escola Industrial e Comercial de Vila Real. Foram pais de Teresa da Silva de Sousa Campos, nascida em S. Pedro (Vila Real), em 21 de Janeiro de 1946. (ADVR/Registo de passaporte nº 501/1964, de 4 de Agosto de 1964). Avelino de Sousa Campos licenciou-se em Direito, pela Universidade de Coimbra, foi advogado e professor. Foi Presidente da Câmara Municipal de Vila Real, nomeado em 30 de Novembro de 1944 (Diário do Governo, nº 289, de 13.12.1944) tendo sido exonerado, a seu pedido, em 31 de Outubro de 1947 (Diário do Governo, nº 259, de 6.11.1947). Foi deputado da Assembleia Nacional na V Legislatura (1949-1953). As suas intervenções parlamentares foram as seguintes: Na 1.ª Sessão Legislativa (1949-1950) – Discussão do aviso prévio do Sr. Paulo Cancela de Abreu sobre a crise do turismo em Portugal. Considerações sobre o vinho do Porto, Federação dos Vinicultores da Região do Douro e plantio da vinha. Na 2.ª Sessão Legislativa (1950-1951) – Justificou um aviso prévio, que apresentou, relativo a assuntos judiciais. Referiu-se à pretensão de uma anexação de freguesias a outro concelho. Na 3.ª Sessão Legislativa (1951- 1952) – Não registou intervenções. Na 4.ª Sessão Legislativa (1952-1953) – Tratou da situação gravosa das empresas concessionárias de volfrâmio em certas regiões do País. Discutiu, na generalidade, a proposta de lei relativa ao Plano de Fomento 3 . Foi procurador à Câmara Corporativa em 1965, 1969 e 1973, como representante da lavoura e das entidades patronais 4 . Na qualidade de procurador à Câmara Corporativa participou na XI Legislatura (1973-1974), no Projecto do IV Plano de Fomento para 1974-1979 (Continente e Ilhas) – Anexo IV – Agricultura, 3 https://app.parlamento.pt/PublicacoesOnLine/DeputadosAN_1935-1974/html/pdf/c/campos_ avelino_de_sousa.pdf 4 ALMEIDA, Maria Antónia Pires de (2014) – Dicionário Biográfico do poder local em Portugal 1936-2013 – e.book, Lisboa, 2014, ISBN 9789892039886 - 18 - Silvicultura e Pecuária 5 . Foi Presidente da Comissão Distrital da União Nacional e diretor do jornal Ordem Nova, órgão oficial da União Nacional no distrito de Vila Real. Foi Presidente do Grémio da Lavoura de Vila Real, presidente da Federação dos Grémios da Lavoura de Vila Real e Alto Douro e vogal da direcção da Corporação da Lavoura. Avelino de Sousa Campos viveu no lugar do Prado e faleceu, em Vila Real, em 30 de Março de 1974.
JUSTES A nossa herança cultural também é formada por malhas de afectos que nos ligam aos sítios e às pessoas, definindo e justificando cada vez melhor as viagens que oscilam entre passado e futuro. Referências, laços, percursos e registos que só são valorizados pelos que partilham essa herança.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2022
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2022
Machados de Justes
MACHADOS DE JUSTES
João Gonçalves Costa
Quando, por finais de Fevereiro de 1964, os operários que
procediam
à terraplanagem de um terreno onde a firma A. Taveira &
Companhia Ld.ª
ia construir a sua fábrica de serração de madeiras, no lugar
de Couços,
Justes, ficaram surpreendidos com o achado de cinco pedras
que lhes
pareceram invulgares. As estranhas pedras foram guardadas,
embora uma
delas infelizmente se tenha extraviado posteriormente.
E eram, de
facto, invulgares. As
pedras, que tinham
sido
primorosamente afeiçoadas há quase 4 mil anos, por homens do
Neolítico
ou do Eneolítico, pertenciam a uma classe de instrumentos a
que se dá o
nome genérico de machados, quer se destinassem a uso prático
corrente,
quer a rituais religiosos, como parece ser o caso destes.
Mais tarde, e não muito longe daquele local, no sítio de
Bouças,
apareceu um sexto
machado, um pouco
menos perfeito do
que os
anteriores, mas com idêntico valor histórico.
Curioso é notar que um dos machados, é feito de fibrolite,
rocha que
não se encontra na região, nem sequer na Península Ibérica,
o que nos diz
qualquer coisa sobre as migrações e as relações comerciais
dos homens
de dois mil anos antes de Cristo. Os restantes são de xisto
metamórfico,
rocha vulgar na região.
Combinando estes achados com outros realizados em áreas
próximas,
nomeadamente vestígios de cerâmica e monumentos megalíticos,
é de
admitir que os
homens que os
fizeram e usaram
já se encontrassem
sedentarizados.
Finalmente, refira-se de passagem que toda a zona de Justes
é muito
rica do ponto de vista arqueológico, com importantes
vestígios dos tempos
megalíticos, da época castreja, da idade do bronze e da
romanização.
in Escapas do Corgo