JUSTES A nossa herança cultural também é formada por malhas de afectos que nos ligam aos sítios e às pessoas, definindo e justificando cada vez melhor as viagens que oscilam entre passado e futuro. Referências, laços, percursos e registos que só são valorizados pelos que partilham essa herança.
domingo, 13 de novembro de 2011
quarta-feira, 31 de agosto de 2011
SENTI O MUNDO A DESABAR
...senti o mundo a desabar.
Diagnóstico: ALZHEIMER/ESCLEROSE MÚLTIPLA.
Quis respirar fundo e não consegui.
Tinha as mãos do mundo todo a sufocar-me, e sentia a ausência de um suporte para os meus pés!
Os seus olhos amêndoados, com a íris raiada, entre o verde azeitona e o castanho claro, que aconchegavam a minha existência, que me davam segurança, quando menina, e que julgara eternos, poisaram em mim sem nexo, sem lógica, sem profundidade, descoordenados do pensamento, descontextualizados de tudo e de nada, despropositados, dementes, perdidos da postura racional e coerente de toda uma vida.
Um dia após outro, a perda de actividade, de faculdades, de afectos, entrelaçava-se, com a perda sucessiva do ser humano que me gerou, progressivamente incapaz de exercer autocrítica, de tomar decisões, de
A autonomia, passou lentamente a dependência total.
A frescura da minha conduta converteu-se em amargura constante.
Os afectos formais foram-se desconstruindo, desmaterializando, numa dialéctica estranha de viver, perseguindo teimosamente um rumo com sentido negativo de involução.
Os papéis, estranhamente inverteram-se; de protegida passei a protectora, sem a mínima preparação, não conseguindo vestir bem essa roupagem, que assistia ao esvaziar de conteúdos de uma alma, que eu julgava e queria crer como inalterável.
As perdas sucessivas caracterizavam-se por uma bilateralidade de proporcionalidade inversamente descontrolada, tocando-se por vezes num eixo de simetria que eu tinha dificuldade e
A minha sobrevivência diária à depressão, verificava-se apenas pela impossibilidade de enveredar por esse caminho. Nem esse caminho me restava.
Cada dia se tornou mais cinzento que o anterior, numa paleta monocromática, onde cada vez mais, predominava a ausência de luz, numa existência cada vez mais vegetal e dependente. Os negros cada vez mais negros, como se fosse possível alguma dis
O olhar… esse passou a ser de um estranho, mudou de cor, de forma, de tamanho, de textura, de tempo, de amplitude, de configuração…
…e um dia gelou-me os dedos da mão, com a rigidez marmórea do último dia.
domingo, 21 de agosto de 2011
PROCISSÃO
terça-feira, 16 de agosto de 2011
Passadiço da Eira
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
domingo, 14 de agosto de 2011
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
cibernautas
Olá Cibernautas
Regresso a este espaço depois de algum tempo de ausência.
Consultei o contador de visitas: 33.406 visitas. É bom!
Consultei a tabela de tráfego – o blog continua a ter imensas visitas de todo o país e do Brasil, especialmente.
Tenho recebido alguns emails simpáticos a perguntarem porque o blog tem estado parado, ou então a motivarem-me para continuar.
Pretendo dar um novo impulso a este espaço Web, mas francamente estou envolvida em tantos projectos, que este acaba sempre por ser adiado, pois sou a única que produzo a maioria da informação.
Solicito que me ajudem nesta tarefa.
Por favor enviem-me fotos antigas digitalizadas e identificadas, histórias que eu possa reescrever ou publicar directamente, curiosidades, receitas, recordações, novos vocábulos para acrescentar no glossário, etc. tudo o que se relacione com Justes, para:
quelhasjustes@gmail.com
Este poderá ser um espaço de memória da pequena aldeia transmontana e de fácil e rápido acesso.
Bem hajam.
Anabela Quelhas