sexta-feira, 8 de maio de 2009

Lugar do Fojo


Há um lugar em Justes denominado por Fojo, junto à Escola e às Madorras, numa das saídas/entradas principais da aldeia.


Será que esse lugar teve alguma história que justifique o nome? Não se sabe.

É um lugar morfologicamente alterado com a implantação da estrada de acesso à estrada Nacional nº 15 no ano de 19??, pelo que se torna difícil detectar vestígios de grandes declives ou então restos de paredes que tenham servido de fojos. Muitas pedras em Justes mudaram de lugar, ao longo dos últimos 80 anos – a partilha de bens e sucessiva divisão da propriedade, sedimentou nos habitantes de Justes o desejo de limitar a propriedade de forma bem visível, com a construção de paredes de granito.

Chama-se Fojo a uma caverna ou cova onde se acoitam feras.



Em Trás-os-Montes existem diversos fojos que eram autenticas armadilhas para lobos.
Considerado como o grande inimigo dos rebanhos, o lobo foi sempre perseguido e se possível abatido, até chegarmos aos dias de hoje, em que é um animal em vias de extinção. Em Justes não terá sido de outra forma.
Até ao inicio do século XX o lugar do fojo terá sido provavelmente o local da armadilha de lobos, localizado na época no exterior da aldeia, aproveitando algum declive natural, e limitado por paredes em granito com cerca de 2 ou 3 metros de altura.

Os fojos são peças da arquitectura popular características apenas do Norte de Portugal, e existem dois modelos de construção: o fojo de cabrita e o de paredes convergentes.
O fojo de cabrita caracteriza-se pela sua forma circular, implantado de acordo com o declive do terreno, onde se colocava uma cabra velha ou doente, servindo de engodo para atrair o lobo.
O fojo de paredes convergentes, utilizava paredes que convergiam e se direccionavam para um fosso. Neste caso era necessário a batida ao lobo para o afugentar na direcção do fojo e finalmente o fosso disfarçado com vegetação.

(cont.)

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