domingo, 12 de outubro de 2008

Sr. dos Passos e Sra do Encontro - a verdadeira história (parte 3)


Com o passar do tempo, a partir de meados do século XIX, a religião e suas expressões foram progressivamente mudando de carácter, os exageros dramáticos caíram em desuso, e as imagens de roca começaram a perder sua função.
Em Justes estas imagens ainda saem integradas em procissões mas sem a teatralidade original. Mesmo a simulação do comovente encontro das duas figuras, mãe e filho, Nossa Senhora das Dores – a mãe – e Jesus Cristo - o Filho, razão de ser o nome Sra. do Encontro, no percurso da Paixão, vai-se perdendo na memória do povo, e normalmente as duas figuras saem e integram a procissão sempre juntas, não cumprindo assim o fim a que foram destinadas.
Segundo o depoimento das pessoas mais idosas de Justes, estas referenciam como terem presenciado e terem inclusivamente integrado pequenas dramatização do encontro dos dois, em tempo de Quaresma, ou de agradecimento de dádivas, já há mais de setenta anos, ou seja por volta da década de 30, do século XX.
Quanto ao ritual de vestir e despir as figuras, o Sr. Dos Passos possui uma linha de roupa interior e outra exterior, e sempre que muda de roupa, são os homens que realizam a operação de o vestir interiormente.
O curioso é a própria igreja, deixar levar ao esquecimento todo este processo histórico ligado a estas imagens, deixando apagar da memória dos crentes os rituais tradicionais da cultura cristã ibérica.
Anabela Quelhas

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