segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Os nomes e as origens


 
 
Tenho organizado os meus antepassados em 7 árvores genealógicas, para entender as ligações entre os seus elementos, pois percebi que existe uma malha complexa que une diversas famílias de Justes – os Quelhas, os Alves, os Palheiros, os Almeidas, os Correias, os Silva, os Boais e os Vieiras. Poderei afirmar que as pessoas nascidas em Justes há mais de 50 figuram nestas árvores.

A minha investigação vai até meados do sec XIX. Daí para trás, é um tempo e um espaço desconhecido. Analisando estas árvores parece-me que devo concluir que Justes era uma comunidade muito fechada, e que as relações familiares variavam essencialmente entre estas famílias acrescidas dos Fontes e dos Guerra. As famílias proliferavam na descendência e cruzavam-se entre si através do casamento. Este esquema consanguíneo de casamentos – casamentos entre primos mais ou menos próximos – era assim uma prática para aqueles que permaneceram nesta aldeia com as consequências mais ou menos gravosas ao nível da saúde desta comunidade.

A nossa origem é difícil de determinar com certeza e evidências. A minha investigação, a articulação do conhecimento que fui acumulando ao longo dos anos e as pessoas que fui ouvindo, levam-me a construir uma teoria apenas minha, sujeita a contestação e aberta a alterações.

Tal como uma parte da população portuguesa, seremos provavelmente descendentes de cristãos novos que se refugiaram em terras transmontanas, depois de perseguidos e expulsos de Espanha no séc. XV. Gentes que pretenderam ficar por ali esquecidos da inquisição, livrando-se da fogueira, mudando de nome e aparentemente assimilando novos costumes, tentando limpar o sangue.

Se consultarmos a listagem de nomes adoptados pelos cristãos novos, encontramos os SILVA, os CORREIA, os ALVES, os ALMEIDA, os VIEIRA, os FONTES, os GUERRA…. Curiosamente os QUELHAS não estão lá, os PALHEIROS e FURCADOS também não.

Os Quelhas segundo parece serão originários da zona da Catalunha e sul de França.

Os Palheiros e Furcados, eram um casal: Ana Maria Palheiros e Joaquim Alves Furcado.

Até há pouco tempo eu escrevia Forcado com o, mas recentemente descobri que os assentos de baptismo dos filhos deste casal, aparece sempre FURCADO com u.

O nome FURCADO, incompreensivelmente, extinguiu-se, permanecendo o nome PALHEIROS pela via matriarcal. Não me parece haver qualquer confusão nos registos. Este casal teve 10 filhos e em todos eles se eliminou o nome Furcado, parecendo assim que houve uma vontade assumida de o fazer.

Qual era o enigma dessa família que levou à eliminação do seu apelido?

O significado de Forcado

1.Instrumento agrícola formado por um pau terminado em dois ou três dentes compridos. = FORQUILHA

2. Quantidade de palha, feno, etc., que o forcado levanta de uma vez.

3. Tijolo largo e delgado, também chamado tijolo de forcado.

4. [Tauromaquia]   [Tauromaquia]  Homem que nas touradas faz as pegas, enfrentando o touro corpo a corpo.

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