Há três décadas e tal, anos setenta, uns dormiam a sesta pelo mormaço das tardes quentes de verão, encostados num escano, ou num fardo de palha na frescura dum palheiro.
Outros não tinham paciência para a dormir, ocupando a consciência com sonhos de liberdade, sentidos na brisa nascida em duas rodas. Não importava para onde se ia, importava sim uma boa companhia, dar frescura aos cabelos que eram longos, e sentir a vertigem da velocidade.
Não se falava de poluição, nem de segurança rodoviária, falava-se apenas em escape livre que atormentava os ouvidos antigos, apenas habituados a escutar o piar dos galinácios.
Havia sempre alguém, por trás de uma janela entreaberta, fazendo o sinal da cruz seguido de uma praga pestilenta, e observava invejosamente o despojamento de uma juventude que lutava contra a tradição, e fazia amizade com a revolta, a inovação e a provocação; alguém incomodado pelo prazer e a felicidade dos outros.
Um beijo para ti Lino, e obrigada por partilhares comigo alguns quilometros de calceta, asfalto e terra batida.
Não se falava de poluição, nem de segurança rodoviária, falava-se apenas em escape livre que atormentava os ouvidos antigos, apenas habituados a escutar o piar dos galinácios.
Havia sempre alguém, por trás de uma janela entreaberta, fazendo o sinal da cruz seguido de uma praga pestilenta, e observava invejosamente o despojamento de uma juventude que lutava contra a tradição, e fazia amizade com a revolta, a inovação e a provocação; alguém incomodado pelo prazer e a felicidade dos outros.
Um beijo para ti Lino, e obrigada por partilhares comigo alguns quilometros de calceta, asfalto e terra batida.
2 comentários:
Isto é que era vida!!!Estão os dois com grande estilo...bjs
:-)
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